Vida-morte-vida, inalar-soltar-inalar: ciclos segundo Clarissa Pinkola Esté

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“A energia, o sentimento, a intimidade, a solidão, o desejo, o tédio, todos aumentam e diminuem em ciclos relativamente comprimidos. Nosso desejo de proximidade, e de separação, alterna ciclos de crescimento e de declínio. A natureza da vida-morte-vida não só nos ensina a acompanhar esses ciclos na dança, mas nos mostra que a solução para o mal-estar está sempre no contrário. Portanto, novas atividades são a cura para o tédio; a intimidade é a cura para a solidão; a solidão é a cura para a sensação de falta de espaço.

Sem o conhecimento dessa dança, a pessoa tem a tendência, durante vários períodos de águas paradas, a traduzir a necessidade de atividade nova e pessoal em gastos excessivos, em exposição a riscos, em escolhas irresponsáveis, na procura de um novo parceiro. Esse é o jeito do tolo ou do pateta. É a solução dos que não sabem.

A princípio, nós todos pensamos que podemos deixar para trás o aspecto da morte da natureza da vida-morte-vida. A verdade é que não conseguimos, pois ele nos acompanha de perto, aos trancos e barrancos, até dentro da nossa casa, até dentro da nossa consciência. Se não for por outro modo, aprendemos acerca dessa natureza mais sombria quando aceitamos o fato de que o mundo não é lindo, de quechances são perdidas, de que oportunidades surgem inesperadamente, de que os ciclos da vida-morte-vida prevalecem, quer queiramos quer não. No entanto, se vivermos como respiramos, inspirando e soltando, não poderemos errar”.

texto do livro Mulheres que correm com os lobos, Clarissa Pinkola Estés

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